O Centro
Escola Municipal de Atendimento Educacional Especializado – CEMAEE foi
representado pela Pedagoga Rosemeire Fernanda Frazon Modesto e doutorandas Sabrina Alves
Dias e Vanessa Peluccio no VI Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa ISAAC Brasil, que
aconteceu nos dias 9 à 12 de Junho na UNICAMP.
A Comunicação Alternativa
compreende sistemas e recursos que permitem dar voz a pessoas impedidas de se
comunicarem por meio da oralidade ou que apresentem a inteligibilidade da fala significativamente
comprometida, em qualquer época do ciclo
de vida. Este trabalho congrega profissionais de diversas áreas, como Saúde,
Educação, Arte, Linguagem, Informática e Engenharia.
A Educação Municipal de Marília foi representada
por meio do trabalho “Orientações para o uso da comunicação alternativa em sala
de aula”.
O referente trabalho teve
por objetivos orientar e capacitar uma professora para o uso da comunicação
alternativa com seu aluno. Participou desse estudo uma professora de ensino
fundamental que tinha em sua sala um aluno com diagnóstico de paralisia
cerebral e sem produção de fala. A
pesquisa foi realizada em uma escola municipal de ensino fundamental de Marília.
O desenvolvimento do trabalho contou com as seguintes etapas: Reunião com a equipe escolar para
levantamento das informações sobre o aluno, com relação a comunicação,
interação, aprendizagem, rotina, apoios necessários, grau de independência nas
atividades; reunião com a família para levantamento de
informações sobre: comunicação, rotina familiar, atendimentos na área da saúde,
lazer, apoios necessários; observações em sala de aula priorizando em um
primeiro momento, as informações levantadas na reunião com a professora; preenchimento do quadro das ações; reuniões mensais; desenvolvimento das ações; avaliação das ações.
Os materiais utilizados foram:
Protocolo para avaliação de habilidades comunicativas em ambiente escolar (DE
PAULA, 2007); Protocolo para avaliação das habilidades comunicativas em
situação familiar (DELAGRACIA, 2007) e para adaptação de materiais foram utilizados
o software Boardmaker (Mayer- Jonhson, 2004), músicas e histórias infantis.
Com a análise dos
resultados, pode-se observar que as adaptações buscaram atender as necessidades
do aluno para ter acesso ao conteúdo. O levantamento de informações com a
professora, família e por meio das observações, possibilitaram a orientação de
estratégias, de recursos, dos registros de atividades e adequações de
atividades e posterior a um período de um mês será realizada a avaliação e a
proposta de novas ações que amplie a comunicação do aluno e a sua participação
no ambiente escolar.
Segundo o relato da
professora, o aluno apresentou um aumento da participação nas atividades após
as orientações e adequações:
“Antes o A. precisava de ajuda o tempo todo,
agora ele recebe menos ajuda e tem conseguido desenvolver algumas atividades
sozinho após minha instrução individualizada”.
“No começo do ano o aluno não fazia produção
de texto, agora consigo fazer modificações para ele participar”.
E sobre a interação com os
colegas:
“Procuro colocar os alunos para ajudá-lo, mas
às vezes ele não quer, prefere fazer sozinho, com a minha mudança com o A.
percebi que os alunos estão procurando estar mais perto dele, principalmente no
recreio, pois tiramos a ajuda da auxiliar o tempo todo”.
Os relatos apontaram um
diferencial nas ações da professora com o aluno, buscando planejar atividades
adequadas dentro do currículo previsto para o ano/turma.
As adaptações de atividades propostas:
A professora trabalhou em sala de aula a música abaixo:
CABEÇA, OMBRO, JOELHO E PÉ
CABEÇA, OMBRO, JOELHO E PÉ
OLHOS, ORELHA, BOCA E NARIZ
Utilizando o software Boardmaker, foi a adaptada a música para o aluno:
Figura 1: Música adaptada utilizando o software Boardmaker
REFERÊNCIAS
AMERICAN
SPEECH-LANGUAGE- HEARING ASSOCIATION (ASHA). Competencies for speech-language
pathologists providing services in augmentative communication. ASHA,
v.31, p. 07-10, 1989.
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em: www.portal.mj.gov.br/corde. Acesso em:
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